No dia 26 de outubro de 2022, foi realizada uma transmissão ao vivo pelas redes sociais com Tom Farias, jornalista, escritor e roteirista, Elaine Gomes de Lima, professora, gerente de projetos da Secretaria Municipal de Relações Internacionais e Marta Suplicy, secretária das relações internacionais da Prefeitura de São Paulo, guiados por Luana Safire, influenciadora e criadora da revista Ébano Brasil.
Durante o bate-papo, a secretaria Marta contou como será a II Expo da Consciência Negra, o que esperar do evento, como será e os planos pro futuro. A II Expo, que acontece nos dias 18,19 e 20 de novembro, terá como foco a educação antirracista, além de muito entretenimento.
Para Tom Farias: “São Paulo é uma cidade referência, quando o assunto é falar de ações afirmativas, por isso eventos como a Expo são tão importantes”. Para o acadêmico, é preciso que o Brasil entenda que tudo é preconceito e racismo, e com esse pensamento, é possível pensar em ações antirracistas.
O escritor convidado também explica que os temas do evento irão exatamente dialogar com o Brasil atual, focados na educação antirracista e como ela tem um papel fundamental, isso através de 10 painéis.
Os pensadores, homens e mulheres convidados, trarão, através de deias, vivências, estudos e levantamentos sobre os principais temas antirracistas para a desconstrução de pensamentos. “Precisamos de uma nova abolição”, completa.
Crianças e o antirracismo
Tom também cita o farolzinho, um espaço infantil para que os pequenos tenham acesso a conhecimento sobre suas origens.
Complementando a fala do Tom, Elaine, educadora, afirma que a II Expo terá um local exclusivo denominado Erê, com atrações como teatro, contação de histórias e debates para as crianças conhecerem sua origem. “É desde a infância, que se aprende sobre os preconceitos”, completa.
A convidada também cita o tempo que as crianças passam conectados à internet e como o encontro será fundamental para novos olhares, aprendizagem e brincadeiras.
Quando o assunto é o ambiente escolar, muitos iniciam a jornada sem saber o que é o preconceito, então, quando acessam pela primeira vez a sala de aula, se dão conta do que enfrentarão.
Ainda sobre o tópico, a convidada e influenciadora Luana Safre comenta: “O projeto Ébano Brasil nasceu porque o meu filho sofreu racismo de outra criança. A pior fase para uma criança negra é a escolar. Ações afirmativas são o avanço para podermos cada vez mais chegar na igualdade racial para deixarmos um mundo melhor para os nossos.”
Segundo a secretária Marta Suplicy, um dos pilares do evento é trabalhar a Lei 10.639/2003 que estabelece como obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar. A ideia é despertar o senso crítico, ser um canal de educação para as pessoas pretas (ou não) sobre o tema.
Por uma sociedade antirracista
“Não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”.
Ao citar a frase da filósofa Angela Davis, Tom Farias relembra um dado alarmante: A cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil. “O que precisamos é responsabilizar pessoalmente as pessoas sobre o racismo: ele mata, e isso não é informado nos noticiários. É essencial falar para todas as pessoas, não apenas para pessoas negras sobre isso, é preciso um cronograma de ação e que ele se cumpra na nossa sociedade”, complementa. Por isso é significativa a troca de experiência de pessoas pretas.
Ouvi-las, como será possível na II Expo, é um caminho para que novos diálogos a respeito do racismo enraizado venham à tona e novas ações diretas sejam criadas para combatê-lo.
É importante que as novas gerações estejam conectadas a programações como Slam das Minas, com batalha de rimas, entre outros. Além disso, com os eixos apresentados no evento como: educação, comunidade, espaço Erê e cultura, o público terá acesso a mini palcos e mediações de conversas e painéis com temas super atuais para, justamente, elevar os debates.
Mulher preta como protagonista
Para fechar o papo, Elaine afirma:
“É importante falarmos sobre a solidão da mulher preta, da população carcerária e muitos assuntos para abranger o olhar das pessoas quanto ao racismo. Tirarmos o olhar da mulher negra como produto de exportação.”
O racismo em relação à mulher preta é escancarado. Os avanços partirão do momento que nós, pessoas que temos a autoestima prejudicada, possamos influenciar outras pessoas com a nossa autoestima e história.
A gente precisa cada dia mais trabalhar a autoestima do povo preto —da mulher preta—, não apenas no corpo, mas empoderamento de trabalho e outras questões. “A autoestima é fundamental: eles passam a ter a coragem que a sociedade tira todos os dias” encerra Luana.
Assista a live completa na nossa página no Instagram (@consciencianegrasp).
Este encontro foi só o começo. A II Expo da Consciência Negra acontecerá nos dias 18, 19 e 20 de novembro, a partir das 10h, no Expo Center Norte, pavilhão branco. O evento é totalmente gratuito!