Evento da Prefeitura de São Paulo integra a política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, lançada no ano passado. No dia 17 de novembro acontecerá a abertura oficial; exposições e a programação de palestras e shows para o público acontecerão nos dias 18, 19 e 20 (Dia da Consciência Negra) no Expo Center Norte.
Sucesso de público, em sua primeira edição (2021), a Expo Internacional da Consciência Negra volta a acontecer em parceria da Secretaria Municipal Relações Internacionais (SMRI) com as demais secretarias municipais, e visa estimular o debate sobre o racismo estrutural, engajando a população em seu combate.
A montagem desta edição, que está a cargo da São Paulo Turismo, propõe discutir a luta do movimento negro no Brasil pela abolição da escravatura, as raízes do racismo estrutural, e difundir a cultura negra, reafirmando a capital paulista como indutora do debate e das ações para a promoção da igualdade racial no país e na América Latina.
“A política pública ‘São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural’ nasce com a intenção de transformar o ensino nas escolas municipais. Temos uma parceria da SMRI com a Secretaria de Educação (SME) e a Unesco, que pesquisa o ambiente escolar, para entendermos como as crianças são impactadas na educação pelo racismo estrutural. A partir disso, estaremos apresentando uma formação aos professores visando que tenham uma atuação antirracista. A primeira e a segunda Expo Internacional Dia da Consciência Negra são a parte visível da educação transformadora que estamos propondo. Nelas contamos a história que foi apagada. Na primeira edição falamos do passado, do presente e do futuro da população negra em nosso país. Neste ano, abordaremos o protagonismo da população negra na abolição da escravatura”, explica a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, idealizadora da política pública.
Elaine Gomes de Lima, organizadora da Expo, por meio da SMRI, reitera: “O meu desejo é que as pessoas se sintam motivadas a agir contra o preconceito estrutural. É a nossa História! Foi o que nós produzimos, pois somos protagonistas desta luta diária. Ser negro no Brasil é algo extremamente particular, cada um tem suas vivências e percepções. O autoconhecimento da negritude tem implicações sem volta no intelecto de uma pessoa negra e a militância requer força e coragem de se reestruturar diariamente.”
Palestras
Tom Farias, curador das palestras desta edição, considera a II Expo Internacional da Consciência Negra um passo importante a ser dado para o combate orgânico do racismo na cidade de São Paulo, o que, pela sua estratégica posição social e econômica no contexto nacional, serve de exemplo a ser seguido para todo o Brasil. Além do mais, de acordo com o curador, “a II Expo provoca uma reflexão substancialmente forte para os dias tumultuados em que vivemos: exige um posicionamento de todos em prol do fim do racismo, sobretudo na estrutura do mundo corporativo, cultural e educacional”. Farias salienta ainda que o Dia da Consciência Negra, criado na cidade de São Paulo há 18 anos, pela lei municipal 13.707, de 7/1/2004, impulsionou a criação da data em mais municípios e estados. Hoje, mais de mil cidades brasileiras, além de estados como Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro celebram o Dia da Consciência Negra.
II EXPO
A partir de três eixos: Cultura, Educação e Justiça, a segunda edição da Expo propõe um amplo diálogo com o visitante, contará com acessibilidade a todos os públicos e terá transmissão ao vivo.
Autoridades na temática, tanto do Brasil quanto de outros países, realizarão debates sobre diversos âmbitos do racismo estrutural.
A Expo contará com espetáculos musicais e apresentações durante seus quatro dias. Terá 74 estandes comerciais e 26 estandes institucionais, área expositiva, espaço infantil, denominado “Erê” e alas de “Cultura”, “Educação” e “Comunidade”, além de uma ampla área de alimentação.
O Espaço Cultura celebrará a identidade negra, expondo seus signos, atos icônicos, religiões, gastronomia e expressões artísticas. Seu objetivo é reconhecer e inspirar novas ideias e possibilidades igualitárias.
O Espaço Educação apresentará as produções, invenções e descobertas do povo negro e suas contribuições para a sociedade. Haverá também contação de histórias africanas e afro-diaspóricas para crianças, rodas de conversas e Jogos típicos africanos. O Objetivo é mostrar que é possível educar de forma inclusiva e antirracista.
Já o Espaço Comunidade trará reflexões sobre moda, saúde, música, entre outros temas, e pretende enaltecer a comunidade preta, falar sobre o protagonismo negro e conscientizar seus visitantes sobre igualdade racial, respeito e justiça.
Destinado às crianças, o Espaço Erê vai promover uma programação especial para os jovens, com educação lúdica, espaço tátil e diverso, contações de histórias africanas, estátuas vivas de personalidades negras, apresentação circense, entre outras atividades.
Todos os espaços contam com cenografia personalizada, inspirada nas matrizes sociais e culturais africanas e afro-brasileiras.
A Expo contará ainda com um mezanino de debates em que serão apresentados 11 painéis, entre os dias 18 e 20 de novembro.
Personalidades e autoridades nacionais e internacionais irão discutir temáticas negras, diversidade, igualdade racial, sociedade, cultura e economia.
Para Tom Farias, curador da Expo, os painéis discutirão temas cruciais sobre o processo de constituição do racismo no estado brasileiro, o papel da abolição da escravatura para a população negra com reflexões sobre que rumo tomar a partir de suas causas e efeitos.
Serviço:
17 de novembro abertura oficial
18 a 20 de novembro aberta ao público
Local:
Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Entrada gratuita
Antecipe sua inscrição pelo site da Expo (EM BREVE).