A II Expo Internacional da Consciência Negra aconteceu durante os dias 18, 19 e 20 de novembro de 2022. Com mais de 18 mil visitantes, 74 estandes de empreendedoras e empreendedores pretos, palestras, shows e muito mais, o evento apresentou grandes nomes da literatura que debateram e conversaram sobre suas obras, levantando muitas reflexões sobre diversos assuntos.
Confira, agora, um resumo de cada um dos painéis do dia 18 de novembro. Para assistir completo, acesse o Facebook do Portal Áfricas.
Vamos lá?
População Carcerária: Presente, Passado e Futuro
Conforme o Infopen, o Brasil é o país com maior população carcerária do mundo. Dos encarcerados, 61,7% são negros, já os brancos, compõem 37,22%. Os convidados do painel foram Dexter, cantor, Marcivan, Presidente da CUFA – Central Única das Favelas do Estado de São Paulo e Angelo Canuto, escritor. E o que esses homens têm em comum? Todos passaram pelo sistema prisional brasileiro.
Um dos principais tópicos abordados durante o bate-papo foi a falta de oportunidades após cumprir pena. Marcivan, por exemplo, sofreu preconceito quando o seu antigo empregador descobriu o seu passado. Segundo o presidente da CUFA, ter passado por essa experiência de exclusão o fez ser o homem que é hoje, mas nem sempre é assim.
Dexter alerta sobre a falta de oportunidades que muitos homens passam durante e após cumprirem pena. Levanta também uma reflexão sobre como, muitas vezes, o sistema e a sociedade, que deveria abraçá-los, criar condições de ressocialização, apontam, excluem e discutem inúmeras outras formas de punitivismo.
Sobre o futuro, os convidados esperam que o sistema mude. Que faça cumprir as leis de Direitos Humanos e que as pessoas que passam pelo sistema prisional brasileiro tenham oportunidades de emprego, não de voltar para ele.
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Racismo no esporte
No segundo painel do último dia da II Expo, os convidados Renata Ribeiro de Menezes Bernardo, Editora da Revista Crescer, jornalista da Editora Globo, Alessandra Santos de Oliveira, Medalhista Olímpica e Campeã Mundial de Basquetebol Feminino, Jadel Abdul Ghani Gregório, Campeão Pan-Americano e Vice Campeão Mundial no Salto Triplo, Suellen Rocha, Campeã da Copa Libertadores da América, Atleta Profissional de Futebol, Gustavo Araújo, Campeão Paralímpico e Recordista Mundial no 4 x 100 metros Atletismo, Carlos Dias, Ultramaratonista e Daiane dos Santos, campeã mundial de ginástica olímpica conversam sobre Racismo no Esporte.
Um dos pontos levantados durante o painel é a questão da força. Além da força vista por pessoas que praticam esportes, quando pensado em questão de cor da pele, colocam pessoas negras sempre como fortaleza, que não se abalam e não é assim, o racismo vivido durante os jogos e apresentações desestabilizam os atletas. “Por sermos pessoas pretas e esportistas, sempre dizem que somos os mais fortes. Muitas pessoas confundem o super-humano com super-homem. O esporte foi uma ferramenta essencial para abraçar a minha vulnerabilidade.”
Diante disso, o denominado Super-humano, Carlos Dias Ultra dá o recado: “Não queiram ser fortes o tempo todo, entendam que nós temos fragilidades. Assumam e abracem a sua vulnerabilidade para que você possa colocar suas ferramentas certas e entender e saber lidar com o inesperado todos os dias.”
Trabalhar sobre a origem, a autoestima e autoamor desde a infância é fundamental para pessoas pretas. Daiane do Santos conta que desde pequena seus pais trabalhavam essa questão e isso fez com que ela se sentisse confiante sobre quem é! Quando aconteceu um dos episódios de racismo, ela se sentiu mais preparada de como enfrentar.
Outra situação citada pela jogadora de futebol Suellen Rocha é sobre o racismo recreativo que é quando usam, em tom de brincadeira, ofensas racistas para falarem sobre o cabelo, a cor. “Por muito tempo alisei meus cabelos por conta do racismo recreativo”. Esse tipo de racismo impõe de forma subjetiva que o lugar de mulheres negras não seja no esporte.
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