Equipe especializada trabalha pela equidade dentro dos serviços de saúde da capital
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) conta, desde 2003, com a Área Técnica da Saúde da População Negra. Entre seus objetivos está a implementação de ações que promovam a redução das desigualdades relacionadas à questão racial no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Coerente com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, um dos eixos norteadores para o trabalho da área é o combate ao racismo institucional, que, dentro dos serviços públicos, se reflete na falha coletiva em prover um serviço apropriado e profissional às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica. O racismo institucional resulta não só na falta de acesso ou no acesso de menor qualidade aos serviços e direitos, mas é também a perpetuação de uma condição estruturante de desigualdade na sociedade.
A partir dessa premissa, entre as prioridades da Área Técnica da Saúde da População Negra estão ações para dar visibilidade e combater os principais agravos em saúde da população negra, além de medidas para que o registro do quesito raça/cor nos serviços de saúde seja efetivo, de forma a refletir a realidade das demandas e do atendimento em saúde na cidade de São Paulo.
São alguns exemplos de iniciativas recentes da área:
> Treinamento, desde 2020, de mais de 3.000 trabalhadores dos serviços de saúde do município por meio do curso “Qualificando a coleta do quesito cor nos sistemas de informação de SMS”.
> Oferta, em 2022, do curso “Enfrentamento da violência e racismo contra jovens negros” a 255 profissionais dos Núcleos de Prevenção à Violência (NPVs) de várias regiões da cidade.
> Videoaulas sobre doença falciforme e traço falciforme, ministradas em 2022 para profissionais dos equipamentos de saúde, e curso de ensino a distância (EaD) “Condutas nas emergências em doença falciforme”, a ser realizado neste mês de outubro. A Área Técnica da Saúde da População Negra também foi responsável pela elaboração de uma linha de cuidados para a doença falciforme, que acomete principalmente pessoas negras e pode afetar sua qualidade de vida de forma severa.
Realização, entre 2021 e 2022, de 14 lives sobre temas como “Violência – Os cuidados da população negra”, “Nutrição e a saúde da população negra”, “A enfermagem e o compromisso frente à saúde da população negra”, “Práticas integrativas e complementares em saúde (Pics) e saúde da população negra” e “Descriminalização das religiões de matriz africana nos serviços de saúde”, entre outros.
Realização, em 2022, do “Seminário de prevenção e combate ao racismo” em todas as seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs), e também do “1º Seminário da Área da Saúde da população Negra da CRS Sul”, em modalidade EaD, que teve 236 profissionais inscritos.
– Participação, em 2023, de 13 reuniões técnicas com a presença dos interlocutores das coordenadorias de saúde; participação de seis reuniões com o coordenador da Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e profissionais do Centro de Referência de Igualdade Racial, com o envolvimento de 320 profissionais da saúde; participação das reuniões mensais da Comissão de Saúde da População Negra do Conselho Municipal de Saúde.
Hospital Integrado Santo Amaro é referência para a capital paulista no tratamento de anemia falciforme, doença que atinge sobretudo pessoas negras (Foto: Edson Hatakeyama)