No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, durante a abertura das palestras na I Expo Internacional Dia da Consciência Negra, que acontece, no Anhembi, a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, aponta que é a população negra a maior prejudicada pelo sucateamento das universidades federais.
A secretária municipal de Relações Internacionais (SMRI) da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, abriu a programação de palestras da I Expo Internacional do Dia da Consciência Negra, neste sábado (20), criticando o corte de recursos nas universidades federais do país. O governo federal fez reduções, cortes e bloqueios no Orçamento, em 2021, deixando a verba destinada a essa faixa de ensino em valores abaixo do início da década passada. “Tem um impacto muito grande! É um crime o que está sendo feito!”, protestou Marta. Para ela, “isso atinge profundamente a comunidade negra”.
“Se você tem menos recursos, se tem menos cota e menos gente participando e entrando nas faculdades, há um desmonte! Isso vai do Enem até as universidades”, assinalou a secretária.
Marta Suplicy lembra que a Lei 12.711, instituindo as cotas raciais nas universidades federais aconteceu apenas, em 2012, e após muita pressão do movimento negro. Somente em 2019, os negros passaram a ser maioria nas universidades federais e, justamente, quando deveriam receber mais apoio, o poder público faz esses cortes. Para Marta, “inadmissíveis”.
“É agora que jovens negros, em maior escala, podem brilhar em todas as áreas que quiserem. Era preciso dar oportunidades. No Brasil, começou a acontecer, com a lei de cotas e com o Prouni, marcos fundamentais, só que, neste momento, temos os recursos das universidades federais cortados! “É essencial recuperar o investimento nas universidades federais”, pontua Marta Suplicy.
A I Expo Internacional Dia da Consciência Negra, criada e organizada pela SMRI, tem por finalidade promover o resgate da história brasileira e, para isso, ressalta o protagonismo da população negra, destaca as diversas lutas por emancipação e busca sensibilizar a população, em geral, para os impactos e permanência da herança escravocrata em nossa sociedade. O objetivo é conscientizar, engajar e promover o combate ao racismo estrutural.
PROGRAMAÇÃO DAS PALESTRAS
Na Expo, ao longo de três dias (20, 21 e 22), serão discutidos o passado, o presente e o futuro da história e das ciências a partir do protagonismo da população negra.
A mesa de abertura contou com Marta Suplicy, com a embaixadora Irene Gala, subchefe do Eresp (Escritório de Representação do Itamaraty em São Paulo); com a secretária-executiva adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Elisa Lucas; Edna Roland, professora e pesquisadora, uma das fundadoras do Geledés, e a professora Adriana Vasconcellos, curadora da Expo, coordenadora da política pública São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural, presencialmente. Também, Judith Morrison, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), on-line.
Ainda neste sábado, haverá debates sobre Museus, Cultura e Educação. Também, sobre literatura. Mais um tema: a ocupação de todos os espaços, do mercado de trabalho, da mídia e da política.
Outra pauta: o futuro, o empreendedorismo e as diferentes tecnologias. Tudo isso neste primeiro dia.
A programação seguirá amanhã (21), com o resgate das tradições africanas pela saúde, cultura e educação.
Outro tema: o racismo no âmbito da justiça e sistema carcerário. Haverá um debate sobre cultura, internet e tecnologia no combate ao racismo e na garantia de direitos.
Outra pauta importantíssima do segundo dia é o caminho da sustentabilidade e o futuro sob uma perspectiva afro-futurista.
Para fechar a visão do que acontecerá ao longo dessa programação, no dia 22 haverá discussão sobre as perspectivas para uma economia antirracista.
“A África, hoje, é uma pujança econômica. Tem pobreza, mas não é essa a imagem que devemos ter, e sim a perspectiva de um potencial de parcerias”, diz Marta Suplicy.
Segundo a secretária de SMRI, “já tivemos estadista, no Brasil, que conheceu a África, criou consulados lá e com esse gesto, com essa postura de valorização e de parceria com a África, trouxe crescimento, trocas comerciais e culturais. Algo que precisa ser retomado e fortalecido”.
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